Mais de 93% das instituições de ensino particulares do País participam do Fundo de Financiamento ao Estudante de Ensino Superior, o Fies, programa do MEC que utiliza o dinheiro público para financiar bolsas em universidades privadas.

Segundo os dados do sindicato das instituições particulares de ensino superior, o Semesp, o Brasil tem 2.069 instituições privadas. Destas, 55% utilizam o Fies. Entre os problemas no programa de financiamento estão a adesão ao SisFies (Sistema do programa), falta de informações e atendimento falho ou inexistente no MEC, distribuição de vagas, liberação de certificados e desconhecimento dos operadores nas agências da Caixa Econômica Federal. Falhas que motivaram as denúncias à Defensoria Pública da União em São Paulo, que também recebeu queixas do Banco do Brasil.

Segundo o Semesp, os problemas impedem que 75 mil alunos sejam atendidos, além disso, o valor total dos certificados atrasados supera R$ 550 milhões.

Segundo o MEC, não existem falhas no atendimento ou no SisFies, e que os certificados são liberados todos os meses, assim como o pagamento de tributos e recompra de títulos. O problema é que para o MEC tudo sempre funciona, assim como quando não admitiu as falhas do Sisu e centenas de estudantes no País todo tiveram dificuldades em realizar matriculas nas universidades públicas.

O Fies, assim como outros programas de financiamento, como o ProUni, revelam-se, cada vez mais, uma imensa farsa. Nem mesmo o fundamental para a existência do programa está sendo garantido, que é o oferecimento de bolsas de estudos a estudantes de baixa renda em universidades particulares.

Nem o ProUni e nem o Fies resolvem o problema de vagas no ensino superior, ao mesmo tempo, universidades públicas caem no abandono, deixam de receber uma parte significativa do orçamento e perdem pouco a pouco a qualidade, prejudicando centenas de milhares de estudantes.