Citado em documentos apreendidos pela Polícia Federal durante a 23ª fase da Operação Lava Jato, o ex-ministro e ex-governador do Ceará, Cid Gomes, voltou a afirmar de forma enfática que não recebeu propina de R$ 200 mil da empreiteira Odebrecht.

Durante a sua festa de aniversário, no sábado (30), em Sobral, interior do Ceará, Cid fez uma comparação irônica com palavras de baixo calão relacionada ao ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki e outras autoridades da Justiça.

“Eu sou capaz de falar mal do ministro Teori Zavascki, o senhor é corno se eu tiver nessa operação por ter recebido alguma coisa. Veja bem o que eu estou dizendo, eu tenho tanta segurança que não estou nisso, que eu estou dizendo que se eu estiver, o ministro que é encarregado de investigar essas coisas, é corno. Se eu estiver, o [Rodrigo] Janot é ladrão. Se eu estiver, o [Sérgio] Moro é picareta”.

Na ocasião, o ex-governador também comentou sobre o impeachment de Dilma Rousseff (PT) e declarou apoio à petista até o fim do processo. Segundo disse, no entanto, o PDT não abrirá mão de lançar candidatura própria à presidência da República em 2018.

“A nossa decisão, do PDT, é de lutar até o último dia. Porque, repito, não somos ratos para abandonar o navio quando está afundando. Eu confio nela, é séria, o governo é muito ruim. Se ela ficar, a nossa decisão já está tomada, nós vamos sair do governo, porque temos um projeto a nível nacional. Nós teremos um candidato à presidente da República que se chama Ciro Ferreira Gomes”.

No mês passado, o ministro Zavascki determinou a abertura de investigação preliminar sobre a superplanilha da Odebrecht. O documento, que traz mais de 200 nomes de políticos e partidos supostamente beneficiados por valores da empresa, foi apreendido pela Polícia Federal em fevereiro. Ele também dava codinome aos beneficiados.

Na lista, Cid era nomeado como “falso”. Após a divulgação dos envolvidos, o ex-governador disse que o valor de R$ 200 mil teve origem em 2010, durante uma doação da empreiteira ao partido dele, na época, o PSB. Ainda de acordo com Gomes, o montante foi declarado às autoridades eleitorais, seguindo todas as normas legais.