O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, acusou ontem os Correios de boicotar em Minas correspondências eleitorais do partido. As campanhas de Aécio e do candidato tucano ao governo do Estado, Pimenta da Veiga, vão fazer hoje representações ao Tribunal Regional Eleitoral em Minas Gerais e ao Ministério Público Federal em Brasília pedindo que a estatal seja investigada.

Na terça, o jornal "O Estado de S. Paulo" revelou um vídeo em que o deputado estadual Durval Ângelo (PT) afirma que a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, só chegou aos "40%" das intenções de voto em Minas Gerais porque "tem dedo forte dos petistas nos Correios". O parlamentar fez o comentário em uma reunião da qual participou também o presidente da empresa, Wagner Pinheiro.

Ao comentar ontem o caso, a candidata do PSB, Marina Silva, reafirmou a defesa do fim da reeleição. "Por isso que eu sou contra a reeleição, porque cria uma situação de aparelhamento, de uso político das instituições públicas. Uma confusão entre o partido e o governo. Esse tipo de prática deve ser condenada pela sociedade e, principalmente, pela Justiça Eleitoral", afirmou a candidata.

Ontem, a assessoria de Aécio informou que a campanha contratou os Correios no dia 25 de agosto para a distribuição de 5,6 milhões de correspondências a 100% dos endereços do Estado. Pelo contrato, o material deveria chegar à casa dos eleitores em até dez dias, o que não teria ocorrido. "Estão querendo fraudar as eleições em Minas Gerais", disse Aécio em visita a Governador Valadares (MG).

A presidente Dilma Rousseff classificou, ontem, a denúncia como "um absurdo". "Nós estamos vivendo um momento eleitoral e fica uma situação um pouco nervosa. Isso é um absurdo", disse a presidente.

Os Correios informaram que as denúncias "não procedem" e que a entrega de materiais de campanha de todos os candidatos está "sendo realizada dentro do cronograma previsto e amplamente divulgado".