Eucliedes Vieira, pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular de Itapetininga (SP), em entrevista ao G1, falou sobre o sonho de Suzane von Richthofen de ser missionária evangélica. Ele, que conversou com a detenta em maio deste ano para aconselha-lá sobre o desejo, é amigo do noivo da mulher, Rogério Olberg, e a conhece há um ano.

O pastor ressaltou que o noivo a evangelizou por meio de cartas. Ele é irmão de uma presa em Tremembé, onde Suzane está atualmente. "Aí os dois se apaixonaram. A Suzane passou a frequentar os cultos que a Igreja Quadrangular faz na cadeia e até foi batizada", relatou ao site.

"Conheci uma Suzane diferente da que imaginava.  Na última saída temporária, no Dias das Mães, ela falou firme e olhou nos meus olhos afirmando sobre o desejo de ser missionária. Falou franca comigo que queria falar de Deus para as pessoas e de como mudou. Eu disse que iria apoiar e indicar o caminho. Prepará-los", completou ainda o Pastor. 

A ideia do casal é que Suzane possa contar o testemunho de sua mudança pelas igrejas do Brasil. Ainda relatou que, se ela tiver o direito da saída temporária do Dia dos Pais, no dia 13 de agosto, a mulher pode ter a primeira experiência para relatar seu "testemunho" em uma casa de recuperação. "O noivo veio me perguntar se teria essa possibilidade dela falar com o ex-usuários de drogas de uma casa e eu disse que sem problema".

No entanto, para ser uma missionária evangélica, Suzane terá que passar por um curso teológico de 3 anos, fazer entrevistas e ter indicação de uma pastor. "Se tudo estiver certo, não vejo motivo para ela não ser. Eu creio no amor e poder do evangelho. Só falei para ela e o noivo que precisam se preparar para a rejeição e serem fortes", reforçou o pastor Euclides Vieira. 

O Conselho Nacional de Diretores da Igreja Quadrangular, em São Paulo, confirmou ao G1 a possibilidade de Suzane ser missionária. 

"Todas as pessoas merecem uma segunda chance. Claro que vamos procurar saber se realmente ela mudou, fazer um acompanhamento pastoral e ver que não é um teatro e, sim, que é algo verdadeiro. O pastor que está próximo dela vai saber diferenciar", finalizou Euclides.