Depois de anos de lamento da seca, como os descritos no livro "O Quinze", de Rachel de Queiroz, políticas de convivência e novas atitudes dos sertanejos têm ajudado a lidar com os mandos da natureza. A paisagem do sertão ganhou uma novo elemento, cisternas de placa que acumulam água para beber, e os moradores não precisam mais deixar onde nasceram e cresceram. Juntos, discutem como deve ser o uso racional da água que chega às torneiras.

A água transportada de longe chega na casa da agricultora Francisca Vera Pereira da Silva, na zona rural do município de Cascavel. "Antes, era muito ruim porque a gente, às vezes, só tomava banho uma vez por dia. Não tinha água. Agora, ficou mais fácil porque a gente tem na torneira, na hora que a gente quer", afirma. A agricultora é uma das beneficiados do Sistema Integrado de Saneamento Rural (Sisar).

O Sisar existe há 20 anos no Ceará e beneficia 435 mil famílias do interior. Toda casa com o sistema tem um hidrômetro que registra o consumo da residência. Como nas grandes cidades, a conta chega todo mês, mas é a comunidade que define quanto vai pagar.